A inadequação da estratégia da deterrance diante da radicalização virtual terrorista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.58960/rbi.2025.20.262

Palavras-chave:

terrorismo, dissuasão, radicalização, redes sociais, inteligência

Resumo

A temática do terrorismo é catalizadora do sentimento de insegurança na sociedade global e de risco, demandando profunda reciclagem dos sistemas estatais, especialmente nas áreas da segurança e da inteligência. O artigo aborda o atual cenário de radicalização virtual terrorista e busca avaliar a possibilidade de seu enfrentamento. Largamente utilizada ao longo da Guerra Fria, a deterrence (dissuasão) permanece com alcance em face de determinadas ameaças contemporâneas. Explorando a base conceitual e as características da deterrence, o artigo acaba por concluir pela sua inaplicabilidade no aspecto de prevenção da radicalização de indivíduos com propensão ao fanatismo e ao encantamento do terror propagado pelas redes sociais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Fernando Moraes Chuy, Polícia Federal

Delegado de Polícia Federal. Doutor em Direito e Segurança pela Universidade Nova de Lisboa; Mestre em Ciências Policiais (com especialização em Criminologia e Investigação Criminal) pelo Instituto Superior de Ciências Policiais de Portugal; Especialista em Ciências Penais pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Professor do Programa de Pós-Graduação da Academia Nacional de Polícia, onde é Coordenador do grupo de pesquisa Rede de Pesquisa em Terrorismo.

Referências

Alarid, Maeghin. 2016. “Recruitment and Radicalization: The Role of Social Media and New Technology.” In Impunity: Countering Illicit Power in War and Transition, editado por Michelle Hughes e Michael Miklaucic Washington. Center for Complex Operations; Peacekeeping and Stability Operations Institute.

Íñigo Álvarez, Laura. 2016. “Los grupos armados ante el Derecho Internacional contemporáneo: obligaciones y responsabilidad.” Revista Electrónica de Estudios Internacionales 31: 229-242. https://doi.org/10.17103/reei.31.11. DOI: https://doi.org/10.17103/reei.31.11

Ares, Pedro Miguel Martins. 2015. “Prevenção da radicalização e do extremismo violento.” CEDIS Working Papers - Direito, Segurança e Democracia 17. Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Disponível em http://cedis.fd.unl.pt/wp-content/uploads/2017/10/CEDIS-working-paper_DSD_prevenção-da-radicalização-e-do-extremismo-violento.pdf.

Barrett, Richard. 2014. The Islamic State. Nova York: Soufan Group.

Beck, Glenn. 2015. It is about Islam: exposing the truth about ISIS, Al Qaeda, Iran, and the Caliphate. Nova York: Threshold Editions/Mercury Radio Arts.

Beck, Ulrich. 2015. Sociedade de risco mundial: em busca da segurança perdida. Lisboa: Edições 70.

Berntsen, Gary. 2008. Human intelligence, counterterrorism, and national leadership: a practical guide. Washington: Potomac Books.

Bush, George W. 2002. “Text of Bush’s Speech at West Point.” New York Times, 1º de junho de 2002. Disponível em: https://www.nytimes.com/2002/06/01/international/text-of-bushs-speech-at-west-point.html.

Bush, George W. 2006. “President Delivers Commencement Address at the United States Military Academy at West Point.” News and Policies, The White House/President George W. Bush, 27 de maio de 2006. Disponível em https://georgewbush-whitehouse.archives.gov/news/releases/2006/05/20060527-1.html.

Buzan, Barry. 1997. “Rethinking security after the Cold War.” Cooperation and Conflict 32 (1): 5-28. DOI: https://doi.org/10.1177/0010836797032001001

Callegari, André Luís, Cláudio Rogério de Souza Lira, Elisangela Melo Reghelin, Manuel Cancio Meliá e Raul Marques Linhares. 2016. O crime de terrorismo: reflexões críticas e comentários à Lei de Terrorismo – de acordo com a Lei nº 13.260/2016. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora.

Carvalho, Hernâni. 2016. Terroristas: como aderem, como nos olham e como agem entre nós. Lisboa: Matéria Prima.

Chuy, José Fernando M. 2018. Operação hashtag: a primeira condenação de terroristas islâmicos na América Latina. Novo Século: São Paulo.

Chuy, José Fernando M. 2021. “Novo Terrorismo? Do fracasso da guerra ao terror à radicalização virtual.” Revista Brasileira de Ciências Policiais 12 (5): 145-173. Disponível em https://periodicos.pf.gov.br/index.php/RBCP/article/view/728/456. DOI: https://doi.org/10.31412/rbcp.v12i5.728

Correia, João Manuel Pinto. 2018. “Deterrence no século XXI: desafios para a estratégia contemporânea.” Revista Militar 2599/2600, agosto/setembro. Disponível em https://www.revistamilitar.pt/artigo/1340.

Crenshaw, Martha. 2010. “O terrorismo visto como um problema de segurança internacional.” In Terrorismo & relações internacionais: perspectivas e desafios para o século XXI, editado por Mônica Hertz e Arthur Bernardes do Amaral. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Edições Loyola.

Crenshaw, Martha, e Gary Lafree. 2017. Countering Terrorism. Washington: Brookings Institution Press.

Davis, Paul K. e Brian Michael Jenkins. 2002. Deterrence and influence in counterterrorism: a component in the war on al Qaeda. Santa Monica: RAND.

Demant, Peter Robert. “Terrorismo e Globalização: extremização religiosa ou leilão midiático?” In Terrorismo & relações internacionais: perspectivas e desafios para o século XXI, editado por Mônica Hertz e Arthur Bernardes do Amaral. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Edições Loyola.

Díaz Matey, Gustavo. 2017. “El papel de la inteligencia en la lucha contra el terrorismo salafista yihadista.” Revista CIDOB d’Afers Internacionals 116: 207-228. DOI: https://doi.org/10.24241/rcai.2017.116.9.207

El-Said, Hamed. 2015. New approaches to countering terrorismo: designing and evaluating counter radicalization and de-radicalization programs. Londres: Palgrave Macmillan.

Evans, Graham, e Jeffrey Newnham. 1998. Penguin Dictionary of International Relations. Londres: Penguim Books.

EUA (Estados Unidos da América). 2002. The National Security Strategy. National Security Council, The White House/President George W. Bush, setembro de 2006. Disponível em https://georgewbush-whitehouse.archives.gov/nsc/nss/2002/.

Fonseca, Guilherme Damasceno, e Jorge Mascarenhas Lasmar. 2017. Passaporte para o terror: os voluntários do Estado Islâmico. Curitiba: Appris.

Fraga Iribarne, Manuel. 2004. “El terrorismo hoy.” In Terrorismo, editado por Adriano Moreira. Coimbra: Almedina.

Garcia, Francisco Proença. 2010. Da guerra e da estratégia: a nova polemologia. Lisboa: Prefácio Editora.

Ginkel, Bibi van. 2015. “The (In-)Effectiveness of “deterrence” as an instrument against jihadist terrorist threats.” Perspectives 6. The International Centre for Counter-Terrorism.

Gray, Colin. 2000. “Deterrence in the 21st century.” Comparative Strategy 19 (3): 255-261. https://doi.org/10.1080/01495930008403211. DOI: https://doi.org/10.1080/01495930008403211

Gray, Colin. 2003. Maintaining Effective Deterrence. Carlisle: Strategic Studies Institute; US Army War College. DOI: https://doi.org/10.1037/e427282005-001

Gray, Colin. 2010. “Gaining compliance: the theory of deterrence and its modern application.” Comparative Strategy 29 (3): 278-283. https://doi.org/10.1080/01495933.2010.492198. DOI: https://doi.org/10.1080/01495933.2010.492198

Hopf, Ted. 1994. Peripheral visions: deterrence theory and American foreign policy in the Third World, 1965–1990. Ann Arbor: University of Michigan Press. DOI: https://doi.org/10.3998/mpub.13938

Kajibanga, Rosa. 2016. “Defesa nacional: novas ameaças.” CEDIS Working Papers - Direito, Segurança e Democracia 33. Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Disponível em https://cedis.novalaw.unl.pt/wp-content/uploads/2017/10/CEDIS-working-paper_DSD_defesa-nacional_novas-ameaças.pdf.

Knopf, Jeffrey. 2010. “The Fourth Wave in Deterrence Research.” Contemporary Security Policy 31 (1): 1-33. https://doi.org/10.1080/13523261003640819. DOI: https://doi.org/10.1080/13523261003640819

Koschade, Stuart. 2006. “A social network analysis of Jemaah Islamiyah: the applications to counterterrorism and intelligence.” Studies in Conflict & Terrorism 29: 559-575. https://doi.org/10.1080/10576100600798418. DOI: https://doi.org/10.1080/10576100600798418

Laqueur, Walter. 1976. “The futility of Terrorism.” Harper’s Magazine 252 (1510): 99-104.

McCants, William. 2016. The ISIS Apocalypse: the history, strategy, and doomsday vision of the Islamic State. Nova York: Picador.

Napoleoni, Loretta. 2015. A Fênix Islamista: o Estado Islâmico e a reconfiguração do Oriente Médio. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Nasser, Reginaldo. 2021. A luta contra o terrorismo: os Estados Unidos e os amigos talibãs. São Paulo: Contracorrente.

OSCE (Organization for Security and Cooperation in Europe). 2014. Preventing terrorism and countering violente extremism and radicalisation that lead to Terrorism: a community-policing approach. Disponivel em http://www.osce.org/secretariat/111438?download=true.

Puchades Navarro, Miguel. 2011. “Análisis económico de la respuesta a la amenaza del terrorismo y su impacto sobre las libertades públicas.” In Estado de derecho y derechos fundamentales en la lucha contra el terrorismo una aproximación multidisciplinar (histórica, jurídico-comparada, filosófica y económica), editado por Aniceto Masferrer. Pamplona: Thomson Reuters.

Queiroz, Cristina. 2013. Direito Internacional e Relações Internacionais. Coimbra: Coimbra Editoras.

Quinlan, Michael. 2004. “Deterrence and Deterrability.” Contemporary Security Policy 25 (1): 11- 17. DOI: https://doi.org/10.1080/1352326042000290470

Ramos, António Fonte. 2009. “A nova dimensão do terrorismo transnacional e o seu impacto no sistema político internacional – do 11 de setembro ao 11 de março.” In Terrorismo transnacional: estratégias de prevenção e resposta. Lisboa: IESM; Edições Prefácio.

Richardson, Louise. 2006. What terrorists want: understanding the enemy, containing the threat. Nova York: Random House.

Schelling, Thomas. 2008. Arms and influence. New Haven: Yale University Press.

Schelling, Thomas. 2011. The Strategy of Conflict. Cambridge: Harvard University Press.

Snyder, Glenn. 1961. Deterrence and Defense: toward a theory of national security. Westport: Greenwood Press. DOI: https://doi.org/10.1515/9781400877164

Sprinzak, Ehud. 2000. “Rational Fanatics.” Foreign Policy, setembro/outubro de 2000, 66-73. DIsponível em https://foreignpolicy.com/2009/11/20/rational-fanatics/. DOI: https://doi.org/10.2307/1149715

Stern, Jessica, e J. M. Berger. 2015. Estado Islâmico, Estado de terror. Lisboa: Vogais.

Suarez, Marcial. 2013. As Guerras de George W. Bush e o terrorismo no século XXI. Curitiba: Appris.

Tomé, Luís. 2015. “Estado Islâmico: percurso e alcance um ano depois da autoproclamação do ‘Califado’.” JANUS.NET e-journal of International Relations 6 (1).

Trager, Robert, e Dessislava Zagorchen. 2005. “Deterring terrorism: it can be done.” International Security 30 (3): 87-123. DOI: https://doi.org/10.1162/016228805775969564

Wagner, Patrick. 2004. Deterrence and terrorism: can global terrorism be deterred? Munique: Grin Verlag.

Weimann, Gabriel. 2014. “Social media’s appeal to terrorists.” Insite Blog on Terrorism and Extremism. Disponível em http://news.siteintelgroup.com/blog/index.php/entry/295-social-media’s-appeal-to-terrorists.

Wilner, Alex. 2011. “Deterring the undeterrable: coercion, denial, and delegitimization in counterterrorism.” Journal of Strategic Studies 34 (1): 3-37. https://doi.org/10.1080/01402390.2011.541760. DOI: https://doi.org/10.1080/01402390.2011.541760

Downloads

Publicado

18-06-2025

Como Citar

Moraes Chuy, José Fernando. 2025. “A inadequação Da estratégia Da Deterrance Diante Da radicalização Virtual Terrorista”. Revista Brasileira De Inteligência, nº 20 (junho). Brasília, Brasil. https://doi.org/10.58960/rbi.2025.20.262.

Edição

Seção

Artigo de pesquisa

Declaração de dados

  • Os dados de pesquisa estão contidos no próprio manuscrito